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sábado, 18 de julho de 2009


Ponte Spencer Dock em Dublin.


Para uma arquitetura bonita, uma solução estrutural mais linda ainda.




















quinta-feira, 16 de julho de 2009

Protesto paralisa as obras da usina de Jirau

Fonte:Valor Econômico - Postada em 14/07/2009


As obras da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, foram paralisadas ontem em função de um protesto dos moradores da Floresta Nacional do Bom Futuro. O protesto é contra o Ibama, que estaria aplicando multas a agricultores da região, mas nas entrelinhas da nova paralisação está mais uma vez a questão da licença ambiental da usina. A floresta foi ativo de troca para que o governo estadual concedesse seu aval ao licenciamento.

As obras da usina já chegaram a ficar paradas no fim do mês de maio justamente porque não se chegava a uma acordo com o governo estadual. Por fim, além de a concessionária Energia Sustentável se comprometer a uma série de compensações financeiras, também ficou determinada a troca da floresta Bom Futuro pela do Rio Vermelho, que está em terras estaduais e será inundada por parte do reservatórios de Jirau. O objetivo da troca era evitar que Ministério do Meio Ambiente levasse adiante a determinação da retirada de todos os moradores da floresta nacional.

O secretário estadual de desenvolvimento ambiental de Rondônia, Cletho Muniz de Brito, disse que o Ibama não está reconhecendo o acordo feito entre o governo de Rondônia, a concessionária Energia Sustentável do Brasil e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. "Há um clima de animosidade", afirmou o secretário. Para ele, o governo estadual concorda que "não se deve deixar sair uma tora de madeira de lá", mas protesta contra o fato de que a fiscalização do Ibama estar multando em até R$ 1 milhão os agricultores com 50 hectares de plantações e fixados na Floresta Nacional Bom Futuro há anos.

Segundo a assessoria de imprensa da Energia Sustentável, a obra foi paralisada e o alimento aos 800 trabalhadores que estão no canteiro de obras teve de ser levado pelo rio. "Não há ainda uma estimativa do prejuízo causado pela manifestação", disse na nota a assessoria. O Ibama foi procurado, mas não se manifestou.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cientistas criam vidro que pode substituir o concreto e o aço

"Puxado" no portal do TERRA

Deu no NYT


O vidro é usado como elemento estrutural. O piso, as paredes e até o teto são feitos do materialverdadeiramente a maneira pela qual o vidro pode ser usado para funções estruturais, um dos melhores caminhos é visitar o número 233 de South Wacker Drive, uma rua no centro de Chicago. Mais especificamente, o ideal seria que você subisse a uma altura de 412 metros acima do pavimento, ao 103° piso da Sears Tower.

Ao chegar lá, caminhe alguns passos até o muro oeste da construção, onde um trecho da fachada foi removido. Depois, dê apenas mais um passo, para além do beiral.

Você se verá sobre um piso de vidro, suspenso sobre a calçada 400 metros abaixo. Caso não tenha coragem de olhar diretamente para baixo, por entre os seus pés, olhe para fora ou para cima - e verá que as paredes também são de vidro, e o mesmo se aplica ao teto.

Em resumo, você terá entrado em uma caixa transparente, uma das quatro que se projetam a uma distância de 1,30 metro da estrutura principal da torre. A cabine está suspensa de uma estrutura metálica em cantilever que passa por sobre sua cabeça. As paredes de vidro estão conectadas a essas vigas e ao piso de vidro por meio de rebites de aço inoxidável. Mas aquilo que realmente estará impedindo que você faça seu último mergulho é o vidro em si.

As caixas, inauguradas na semana passada como parte de uma extensa reforma que acaba de ser conduzida no terraço de observação da torre, estão entre os mais recentes, e mais extravagantes, projetos a utilizar o vidro como elemento estrutural. Mas todas as estruturas construídas em vidro têm ao menos algum traço de ousadia, como estivessem oferecendo uma resposta desafiadora à pergunta: "Mas isso não é algo que se poderia fazer com vidro, não é mesmo?"

Na verdade se poderia, sim. Engenheiros, arquitetos e as empresas fabricantes de vidro, com a ajuda de cientistas especializados em materiais e criadores de software, vêm concebendo e instalando imensas fachadas, coberturas em arco e cubos delicados, bem como escadarias e passagens suspensas, feitos quase inteiramente de vidro.

Os fabricantes utilizam vidros cuja laminação os combina a polímeros, para produzir vigas e outros componentes tanto mais fortes quanto mais seguros - cada uma das placas de vidro usadas na Sears Tower consiste de um sanduíche com cinco camadas-, e analisam cuidadosamente cada centímetro quadrado de um projeto a fim de garantir que o desgaste estrutural esteja dentro de limites precisos. E também estão experimentando com novos materiais e métodos que poderiam, no futuro, conduzir a estruturas de vidro que prescindiriam de metais ou de outros materiais como elementos estruturais ou de segurança.

"O que estamos procurando, em última análise, é desenvolver uma estrutura que possa ser construída integralmente em vidro", disse James O'Callaghan, da Eckersley O'Callaghan Structural Design, a empresa de projeto estrutural responsável pelos projetos em vidro que talvez sejam os mais conhecidos do mundo, as escadarias que ocupam posição proeminente em cada unidade da cadeia Apple Store.

Ao longo de todo esse processo, eles compreenderam uma coisa acima de todas: "O vidro não passa de um material como todos os outros", disse John Kooymans, do escritório de engenharia Halcrow Yolles, que projetou as caixas de observação da Sears Tower.

Trata-se de um material que existe há milênios. Ainda que existam maneiras incontáveis de produzir vidro, e que este tenha número imenso de potenciais usos - por exemplo a condução de luz, quando em forma de fibra, ou como base para circuitos eletrônicos, a exemplo do que acontece nas telas de laptop, os projetos estruturais usam quase exclusivamente o vidro sodiocálcico, que continua a ser produzido, como sempre foi, em larga medida de sódio, carbonatos, pedra cálcaria e silício.

"Por anos, a composição básica do vidro sodiocálcico não mudou muito", diz Harrie Stevens, diretor do Centro de Pesquisa do Vidro na Universidade de Alfred , em Alfred, Nova York. Trata-se, mais ou menos, do mesmo vidro usado nas janelas de uma casa ou na garrafa de suco que você deve ter em sua geladeira - e daquele velho vidro de perfume que você comprou em um antiquário.

É um material básico, mas isso não significa de forma alguma que seja simples. "É evidente que o vidro é um material incomum", diz James Carpenter, do escritório James Carpenter Design Associates, que projeta fachadas e outras estruturas de vidro e trabalhou como consultor para a fabricante de vidros Corning nos anos 70. "Já que não sabemos exatamente o que ele é".

Ainda que continue a existir um debate, já muito antigo, sobre a classificação do vidro como sólido ou líquido, a tendência atual é de que ele seja descrito como um sólido amorfo (não existem provas de que flua ao longo do tempo, ainda que de forma extremamente lenta, como faria um líquido). A estrutura não cristalina do material é formada por meio de um processo de resfriamento relativamente rápido para abaixo daquilo que costuma ser definido como a temperatura de transição do vidro, da ordem de 537 graus para o vidro sodiocálcico.

Depois de refrigerado ainda mais e cortado, o vidro em sua forma pura é muito forte. Mas, como um carro novo que começa a perder valor assim que sai da concessionária, o vidro começa a perder a força já no momento em que é fabricado. Pequenas rachaduras se formam por meio de contatos com outras superfícies, ou mesmo com vapor de água ou dióxido de carbono.

"Se você apanhar o vidro recém-produzido e soprar sua superfície sem fazer muita força, já terá reduzido sua resistência à metade", disse Suresh Gulati, um engenheiro mecânico que se descreve como "homem da força", e se aposentou em 2000 depois de 33 anos de trabalho para a Corning, que ele continua a servir como consultor.

Até mesmo uma molécula de oxigênio bastaria para romper o elo entre o silício e o oxigênio que existe em um vidro, e com isso gerar um defeito, diz Carlo Pantano, professor de ciência dos materiais na Universidade Estadual da Pensilvânia. Embora o vidro seja muito forte em compressão, os desgastes de tensão farão com que as pequenas fissuras comecem a crescer, elo após elo. "É isso que faz com que o vidro se quebre", diz Pantano. "E, caso não se quebre, basta para enfraquecê-lo".

Revestimentos protetores são uma das maneiras de evitar novas rachaduras, ainda que estes também possam ter efeito adverso sobre a transparência, que é a razão principal para que a opção pelo uso do vidro seja realizada, para começar. Mudar a receita do vidro também pode dificultar o surgimento e propagação de rachaduras.

"Existem algumas indicações de que seria possível alterar a composição de maneira a torná-lo mais forte em termos inatos", diz Stevens, ainda que isso acarrete o risco não só de alterar outras propriedades como de tornar o vidro caro demais. (E projetos construídos em vidro já raramente são baratos, para começar; na reforma da Sears Tower, o vidro utilizado nas cabines de observação custa mais de US$ 40 mil por cabine).

Tradução: Paulo Migliacci ME

domingo, 5 de julho de 2009

SUEZ ACELERA OBRAS DE JIRAU E JÁ NEGOCIA SAÍDA DA CAMARGO CORRÊA

Fonte: Jornal Valor - 03/07/2009

O consórcio liderado pela GDF Suez tem pressa para tocar as obras da hidrelétrica de Jirau que está construindo no rio Madeira. Com quase todos os contratos fechados, inclusive com a compra de mais duas turbinas, agora só falta concluir a concorrência para contratação da linha de transmissão de Jirau a Porto Velho, que terá 90 km de extensão. Doze empresas estão concorrendo na licitação, entre elas a Abengoa, ABB, Cotesa, Isolux, Siemens e Toshiba, entre outras. O vencedor deve ser conhecido até o fim de julho e se espera que a obra comece em agosto.

Victor Paranhos, presidente da empresa Energia Sustentável do Brasil (ESBR), que venceu a licitação da usina, conta que decidiu comprar mais duas turbinas da chinesa Dongfang, elevando para 44 o número de turbinas da hidrelétrica, cada uma com capacidade de gerar 75 megawatts (MW). As turbinas adicionais têm custo barato e vão aumentar em 50 MW a energia assegurada, que é de 1975 MW. O projeto original de Jirau previa a instalação de 42 máquinas e agora as duas turbinas adicionais vão elevar a capacidade de geração da hidrelétrica para 2.450 MW assegurados, que serão gerados a partir de 3.450 MW instalados.

Jirau também terá uma mudança na sua estrutura acionária dentro de seis meses, já que a Camargo Corrêa terá que vender os 9,99% que detém na usina. Essa saída foi negociada pela GDF Suez e a Camargo Corrêa que acertaram, na constituição da Energia sustentável, que o grupo paulista deixaria a sociedade, ficando apenas como construtora responsável. O prazo para a saída começou a contar desde a licença de instalação da usina, em 3 de junho. Procurado pelo Valor, o diretor da Camargo Corrêa Energia, Cid Rezende, disse que não iria comentar sobre possíveis negociações que estejam ocorrendo para venda da participação ou qualquer assunto relacionado.

Ontem, a Energia Sustentável assinou com o BNDES os contratos de financiamento de R$ 7,2 bilhões na modalidade 'project finance', para construir Jirau. Foi o maior financiamento da história do BNDES para um único projeto. O empréstimo equivale a 68,5% do valor da obra, orçada em R$ 10 bilhões. Do total financiado, R$ 3,385 bilhões serão repassados por um pool de bancos que inclui o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú BBA e Banco do Nordeste. O pagamento será feito em 20 anos mais cinco anos de carência.

Os R$ 3,15 bilhões restantes serão aportados pela Suez (50,01%), Camargo Corrêa, Chesf (20%) e Eletrosul (20%) ao longo da obra. Até o momento, os sócios já capitalizaram a empresa com R$ 882 milhões de recursos próprios. A usina também fez apólice de seguro de R$ 7 bilhões que cobre as obras civis, equipamentos e operação, inclusive atrasos. O resseguro foi feito em Londres e liderado pela Swiss Re. A usina deve entrar em operação comercial em janeiro de 2013, mas os sócios correm contra o tempo para antecipar a data para o início de 2012. Paranhos disse que os 30% da energia que poderá ser vendida no mercado livre ainda não foi negociado. Segundo ele, uma parte terá que ser vendida até o fim de 2010 e a outra até 2011.

Jirau vai gerar energia através de 28 turbinas que serão fabricadas pelo consórcio Alstom, Voith Siemens e Andritz, que serão instaladas na margem direita do rio Madeira. Outras 16 turbinas, fabricadas na China, serão instaladas na margem esquerda.

As turbinas chinesas serão instaladas em paralelo às do consórcio da Alstom e a ideia é que no início de 2012 os dois conjuntos de máquinas estejam gerando energia. Como a obra já contabiliza 45 dias de atraso causados por ações judiciais e na emissão da licença de instalação, a construção está em ritmo acelerado, de 20 horas diárias. Só a demora da licença custou R$ 12 milhões, que segundo Paranhos serão recuperado ao longo da obra.

Como a usina terá duas casas de força com fornecedores distintos de turbina, a ESBR vai antecipar a geração para reduzir riscos tecnológicos e de cronograma. Isso sem contar, como destaca Paranhos, de ter realizado uma concorrência que resultou em preços mais competitivos para as turbinas. O contrato com o consórcio liderado pela Alstom é de R$ 1,95 bilhão e o dos chineses é de R$ 900 milhões, sendo que esse último tem a vantagem de não ser indexado como o da fabricante brasileiro, que é reajustado por fórmula paramétrica.

Já foram compradas 120 mil toneladas de aço da Votorantim Siderurgia e 600 mil toneladas de cimento da Votorantim Cimentos de uma fábrica que o grupo construiu para suprir Jirau e a hidrelétrica Santo Antonio, que se encontra em construção.

A Bardella ganhou o contrato de R$ 500 milhões para fornecimento dos equipamentos hidromecânicos e já constrói uma fábrica em frente ao Polo de Industrial de Porto Velho, que fica próximo a Jirau. A segunda fábrica já instalada é de pré-moldados BS. A coreana Hyosung vai fornecer 18 subestações de energia, todas blindadas, por US$ 48 milhões. A Siemens ficou responsável pela equipamentos eletromecânicos auxiliares.

Até agora todos os equipamentos foram comprados com preço menor que o previsto, com exceção da Alstom, sucesso que Paranhos atribui ao processo de contratação por meio de concorrência. "Graças a isto conseguimos contratar, dentro ou abaixo do orçamento, grandes empresas, com muita experiência no tipo de serviço a ser realizado".